sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Covarde

Num dos piores momentos da vida, quando acabará de voltar para o time dos solteiros, consegui em menos de um mês fazer coisas inexplicáveis: Cair da moto (340,00 R$), perder o capacete (120,00 R$), perder a carteira (150,00 R$); fora esquecer as compras no super, perder o presente de natal que o meu amigo me deu e etc.

Estas artes me renderam um enorme prejuízo. Cai da moto quando tinha apenas 2 mil quilômetros rodados. Após ir à concessionária e arrumar somente o básico para poder continuar circulando, por indicação do atendente, fui até uma loja especializada em pinturas e micro pinturas de motos para ter um orçamento da pintura. Ao chegar na loja, fiquei esperando cerca de 5 minutos até que alguém me atendesse, enquanto isso, ficava ali respirando o cheiro de tinta. Acho que isso me fez mal.

Até que enfim, veio até mim um gordinho escroto com voz de bicha (voz fina) para me atender. O calor era insuportável e o gordo suava feito um porco - escorria uma gota de suor da testa do gordo. O gordo fez um pequeno cadastro com dados básicos: Endereço, telefone, sexo e etc. Após meia hora respirando cheiro de tinta, já me sentia mais lento. O mesmo gordinho que me atendeu primeiramente o telefone e que fez o meu cadastro, agora ia completar a saga: ia me dar o orçamento. Surpreendi-me, pois o gordo tanga tinha um olho clinico, capaz de ver imperfeições na pintura, que eu achava até que era uma pegadinha. O gordo olhava uma imperfeição e com uma enorme calculadora na mão ia colocando números para dentro da calculadora...Mais uma imperfeição e lá ia o gordo a milão na calculadora: divide, multiplica, soma, soma e soma; - o tanga não subtraiu nenhuma vez.

O gordo parou de encontrar problemas. Preencheu o orçamento. Entregou-me um papel cheio de números e quase que eu caio para trás. Inconformado, indaguei ao gordo:

-Tudo isso! Neste momento o gordo já não falava mais fino e começou a explicar tudo novamente.
-Só um pouquinho! Interrompi o gordo.
-Chega ai! O gordo se aproxima para falar comigo e tento lhe fazer uma proposta.
-Seguinte! Eu tenho uma grana guardada, não é muito, queria saber se eu poderia entrar como sócio da tua empresa.
-Como assim? Pergunta-me o gordo com cara de interrogação.
-Sim, pois isso aqui deve estar dando muito lucro.
-Porque?
-Vocês devem estar ganhando muito dinheiro em cima dos otários.
-Só um pouquinho, já volto. Responde-me o gordo virando as costas e adentrando a oficina.

Sentia a iminência de perder os dentes, visto que, o gordo saiu bufando. Subi na moto e sai o mais rápido possível -direto e reto para casa. Ao chegar em casa e descer da moto senti algo na minha calça vibrar.
-Alô!
-E ai cagão!
-Ah! E ai beleza! Achava que era um amigo meu.
-Saiu correndo com medo de apanhar né!. Era o gordo fronha, agora com voz de homem.
-Tu é muito burro! Esqueceu que eu tenho o teu endereço. Estou indo ai te pegar, o cagão.
-Pode vir meRmo. Tenho uma 12 cano cerrado aqui te esperando.
-Silêncio do outro lado da linha.
-Tá que horas tu vai passar aqui que eu não tenho o dia inteiro? Ou tu vem aqui agora ou eu vou ai. O que tu prefere?
-Não cara deixa assim, vamos esquecer este assunto, deixa assim. Falou o gordo, agora com a voz de bicha padrão.

Vê se pode um absurdo desses. Que gordo covarde.

Um comentário:

Anônimo disse...

masá... finalmente as histórias vão ficar registradas!!
abraço,

Palmita