quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Histórias Antigas: O abominável homem das neves!

Beber alegra a vida, faz bem a mente e me transforma num demente. Esta história é tão antiga quanto a outra. Mas é ótima também.

Saindo da aula, para váriar, fomos encher a cara. Bebemos todas! Até que chegou a hora ruim - a hora de pagar. Se coça daqui, se coça dali e foi toda a minha grana, não tinha nem mesmo passagem para votlar para casa.

Já passava a meia noite, eu estava trêbado (um pouco mais que bêbado), olhando o ônibus que me levaria para casa com a porta aberta esperando o horário para sair do ponto final. Aguardava o horário mais próximo da saída do ônibus, assim eu entrava, dava um mergulho (passava por baixo da roleta) e ouvia menos broncas do cobrador.

Além do que a minha imaginação pudesse esperar, tive uma ajudinha de uma certa entidade. Veio até mim um mendigo, - pronto era só o que me faltava, o cara parecia o abominável homem das neves (Quem lembra do Chapolim?) -, mais bêbado que eu, parou na minha frente tentando se equilibrar nas duas pernas e do jeito dele tentou ser o mais educado possível:

-Garotinho! Por favor, me consegue uns trocadinhos?

-Bah! Tio, tá ruim pra malandro.

-Eu tô com fome e não tenho nada pra comer, consegue nem que seja uma passagem?

-Bah! Tio, eu gastei todo o meu dinheiro bebendo, que nem tu. Não tenho dinheiro, nem passagem para voltar para casa, gastei tudo no bar.

O mendigo me olha com uma cara de pena e diz: -Bah! Tá pior que eu. Colocou a mão no bolso e pegou um vale transporte. - Garoto! Eu te dou uma ficha, pois sei muito bem o que é isso.

Procurei por este cara durante muito tempo, pois queria retribuir a boa ação que ele teve naquele dia. Mas, nunca mais encontrei este cara

Um comentário:

Anônimo disse...

Bah mano Afonso,
Isso me lembrou de uma vez que eu estava saindo da “igreja” e fui esperar meu ônibus. Então eu encontrei um mendigo cheio de pelegos, todo sujo, fedorento e muito se parecia com abominável homem das neves. Dei uma passagem de ônibus para o pobre homem e avisei que ele devia dar a passagem para alguém que estivesse bem pior que ele, alguém bem levado do diabo mesmo. Nunca mais vi o pobre homem, mas acho que algum amigo meu encontrou com ele.